A
Recompensa do Cristão
Buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu reino e a Sua justiça, e todas
estas coisas vos serão acrescentadas. Mateus 6:33
Muitos falam da vida do cristão como se ela tirasse de nós prazeres e
alegrias deste mundo. Digo que ela não tira coisa alguma digna de ser
conservada. Sofrem os cristãos preocupações, pobreza e aflições? Oh, sim, isso
se espera nesta vida! Está, porém, o pecador, de quem falamos, fruindo os
prazeres deste mundo, livre desses males? Não o vemos muitas vezes com o rosto
pálido e acometido de tosse sufocante, indicando uma enfermidade fatal? Não
está sujeito à febre alta e doenças contagiosas? Quantas vezes o ouvimos
reclamar de grandes perdas de bens mundanos? Esse é seu único tesouro. Eles perdem
tudo. Esses infortúnios do pecador são desconsiderados.
Os cristãos, às vezes, pensam que têm vida difícil e que é uma condescendência
de sua parte apegar-se a uma verdade impopular e professar ser seguidores de
Cristo; que o caminho parece duro e têm muitos sacrifícios a serem feitos,
quando, em realidade, não fazem sacrifício algum. Se, na verdade, são adotados
na família de Deus, que sacrifício fizeram? Talvez o fato de seguirem Cristo
haja rompido alguma amizade com parentes amantes do mundo, mas considere a
troca: seus nomes escritos no livro da vida do Cordeiro, elevados, sim,
grandemente exaltados, para serem participantes da salvação, herdeiros de Deus
e co-herdeiros de Jesus Cristo em uma herança incorruptível. Se o elo que os
liga aos parentes não cristãos se enfraquecer por causa do nome de Cristo, um
elo mais forte será formado; um elo que liga o ser humano finito ao Deus
infinito.
Consideraremos um sacrifício de nossa parte trocar o erro pela verdade, as
trevas pela luz, a fraqueza pela força, o pecado pela justiça, um nome e uma
herança perecíveis na Terra por honras perduráveis e um tesouro imortal? [...]
Se há alguém que devia ser continuamente agradecido, esse é o seguidor de
Cristo. [...] Se os cristãos pensam demais na dificuldade do caminho que têm a
trilhar, tornam-no mais difícil do que realmente é. Se, porém, demoram-se na
consideração dos pontos iluminados do percurso e são agradecidos por todo raio
de luz recebido, demorando-se também na rica recompensa que se encontra no fim da
corrida, em lugar de pensar na tristeza, na lamentação e na reclamação, eles
terão um semblante alegre (Review and Herald, 28 de abril de 1859).
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